A Região Norte do País foi a que registrou o maior crescimento no número de inscrições para a edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O aumento foi de 33,44% se comparado ao total de 2010. Já a Região Sudeste, que concentra o maior número de inscritos, apresentou o menor crescimento: 9,62%. Os dados também mostram que o número de inscritos com menos de 16 anos aumentou em 80%.
O Estado que registrou a maior elevação porcentual foi o Acre, com um aumento de 147,32%, o que totaliza 38.221 inscritos. Já o Amazonas, com 131.426 candidatos, foi a unidade da federação com o menor crescimento (5,31%). O Estado de São Paulo, que tem o maior número absoluto de candidatos de todo o País – 901.354 estudantes – teve um aumento de 8,88%.
Apenas dois Estados registraram queda nas inscrições: Santa Catarina (1,53%) e Bahia(0,95%). Neste ano, o Enem teve um número recorde de inscrições: 5.366.780 de candidatos devem fazer a prova, que acontece nos dias 22 e 23 de outubro.
Em relação à idade dos estudantes, a maior concentração de inscritos está na faixa etária que vai de 21 e 30 anos – 1,7 milhão de pessoas. Os menores de 16 totalizam 127.565 alunos.
Consolidação
Para os especialistas em vestibular, o fato de a Região Sudeste apresentar o menor aumento no número de inscritos tem relação com a maior popularidade dos vestibulares tradicionais na região. É o caso da Fuvest, que seleciona para a Universidade de São Paulo (USP) e não utiliza o Enem para compor a nota, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e daUniversidade Estadual Paulista (Unesp), que normalmente usam o desempenho na avaliação nacional do Ministério da Educação (MEC) para aumentar a nota dos candidatos.
“O fato de a USP não entrar no Enem tem muito peso no interesse dos alunos daqui”, disse o diretor presidente do Colégio Bandeirantes, Mauro de Aguiar.
O maior aumento porcentual no número de inscritos das outras regiões do País – como na Centro-Oeste, com 22,63% de crescimento, e na Nordeste, com 21,15% – indica, segundo os coordenadores dos cursinhos, que o Enem está sendo valorizado onde tem maior adesão das universidades federais.
“O exame está ganhando maior projeção nesses Estados, especialmente no interior do País, porque é nessas regiões que a maior parte das universidades federais que substituíram seus vestibulares pelo Enem estão”, explica Edmilson Motta, coordenador do Etapa.
Já o maior interesse dos candidatos com menos de 16 anos pela prova, segundo os especialistas, sugere que o Enem está sendo visto como um modelo consolidado de vestibular, atraindo a atenção dos treineiros – alunos do 1.º e do 2.º ano do ensino médio que prestam o exame para “treinar” e conhecer a prova, já que não podem ser aprovados.
“Além da questão dos treineiros, vale lembrar que muitos colégios, por conta do ranking do Enem, já incentivam a participação de seus alunos desde cedo, para chegarem ao 3º ano conhecendo bem a prova”, diz Alessandra Venturi, coordenadora do Cursinho da Poli.
Candidatos
- 1.224.157 dos concluintes do ensino médio inscritos no Enem são oriundos de escolas públicas
- 276.465 estão matriculados no último ano de instituições particulares
Fonte: Estadao.com.